Relação da Fábrica Têxtil de Valença com Nossa Senhora do Amparo, por Paulo Vitor Luz


Acervo Paulo Vitor Luz / Portal da Fábrica
Em 1959, é fundada pelo Bernardino de Sena Madureira a segunda fábrica de Valença, de nome Nossa Senhora do Amparo. A mesma foi inaugurada posteriormente, em 1960 e está situada as margens do Rio Una, ao lado da Cachoeira do Amparo. O motivo de a fábrica receber este nome está atrelado não só a uma homenagem a história da cidade, mas pelo fato da própria Igreja de Nossa Senhora do Amparo, Padroeira de Valença, está situada nas áreas de patrimônio da fábrica.
Em virtude do nome da fábrica ser Nossa Senhora do Amparo, foi feito um oratório no portão de entrada da fábrica o qual foi posto uma imagem da Santa, que passou a ser aclamada também como Padroeira dos operários. Então, grupos de operários devotos passaram a participar direto e indiretamente dos festejos da Padroeira, seja participando do conselho da festa, seja contribuindo com flores, foguetes e etc.. A partir daí, os operários passaram a serem homenageados com uma missa no dia da Padroeira, 08 de Novembro, a qual até hoje é celebrada sempre às 7h do dia da festa.
FOTO: Reprodução Internet / Autor Desconhecido
Posteriormente a sua fundação, em 1887, a fábrica Nossa Senhora do Amparo foi unificada com a mais antiga fábrica da cidade, a Todos os Santos – primeira fábrica de tecidos finos do Brasil –, fundada em 1844 e inaugurada em 1848. Após a unificação, a Todos os Santos foi desativada de suas instalações, só existindo ruínas nos dias atuais. Assim, com a unificação, a fábrica passou a ser chamada de CVI(Companhia Valença Industrial) e hoje VALENÇA since. Porém, fábrica até hoje é chamada por muitos de CVI ou Nossa Senhora do Amparo. Apesar de tais mudanças, o oratório em homenagem a Padroeira Nossa Senhora do Amparo até hoje permanece no mesmo local. Entretanto, a presença da imagem da santa na fábrica já foi bastante ameaçada.
Diversos propietários da fábrica têxtil ao longo dos anos já tentaram a retirada da imagem do local, tendo apoio também de funcionários de outras religiões, como evangélicos. Porém houve bastante resistência por parte de operários devotos e católicos da cidade, por considerar a presença da imagem da Santa no local como parte história da cidade.   
O autor Márcio Vieira traz em seu livro “Memória das Mulheres Operárias da CVI” um relato de uma ex-operária da fábrica, a qual relata como era a relação da Padroeira Nossa Senhora do Amparo com a fábrica.

FONTE:VIEIRA, Márcio. Memória das Mulheres Operárias da CVI.
                                                                                                     

                                                                                                     
                                                                                                     Autor: Paulo Vitor Luz¹



REFERÊNCIAS:
 PAIXÃO, Neli Ramos. Ao soar do apito da fábrica: idas e vindas de operárias(os)  têxtil em  Valença - Bahia. 2006. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal da Bahia,. Salvador, 2006. P. 96. 
VIEIRA, Márcio. Memória das Mulheres Operárias da CVI. Jundiaí, Paco Editorial: 2014. 
OLIVEIRA, Edgard. Companhia Valença Industrial CVI. Disponível em: http://conhecendoobaixosul.blogspot.com/2014/06/cvi-brochura-da-historia-da-cvi.html Acesso em 15 de Julho de 2018.



SOBRE O AUTOR DO TEXTO:
¹LUZ, P. V. S. Graduando do 5º semestre em História, pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Departamento de Ciências Humanas (Campus V), Santo Antônio de Jesus –Bahia. E-mail: paulovitorsluz@hotmail.com